segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Qual o momento de iniciar a educação sexual com os filhos?

Neste período de volta às aulas, uma especialista explica qual o papel da escola e da família na educação sexual de crianças e jovens.


Volta às aulas e hora de retomar os estudos para encerrar o ano letivo. Mas, uma questão que sempre está presente é a educação sexual das crianças e jovens. Mas de quem é o papel de educar nesse sentido? Da escola ou dos pais?

A psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia afirma que a Escola deve fazer em todos os seus projetos a inclusão do tema saúde, prazer, qualidade de vida e sexualidade, assim terá constantemente o assunto em suas pautas. “O tema “educação sexual”, por lei, é considerado transversal dentro das escolas e por isso os professores de todas as disciplinas devem estar preparados para responder sobre o assunto em qualquer momento em sala de aula. Só assim a criança e o jovem podem aprender que falar sobre sexualidade é tão natural quanto falar de história, português ou matemática. A intenção é a de ir trabalhando os tabus bem cedo nas vidas das pessoas”.

Já em relação à família, a especialista explica que pode ser feito a mesma coisa, respondendo as questões feitas pelos filhos e apresentando situações para discussões, o que segundo ela, hoje em dia não é difícil. “As novelas e filmes sempre trazem o tema. Ora bem discutido, ora de maneira desedificativa. Mesmo assim é importante não ignorar e discutir sempre”, garantiu Sônia.  

A psicóloga ressalta que não existe um momento certo e ideal para iniciar a educação sexual com uma criança, mas que os pais devem estar “prontos” para respostas sinceras e amorosas desde a primeira pergunta do filho. “Os pais devem apenas responder o que foi perguntado. Não precisa antecipar-se e explicar além do perguntado, muito menos mentir para a criança. Educação sexual é tema para a vida inteira, por isso buscar informações acerca do assunto é importante em todas as idades, da infância à velhice”.

Falta de orientação sexual pode gerar graves conseqüências

Mas, caso essa orientação não seja feita da maneira adequada pela família ou a escola, as conseqüências na vida de uma pessoa podem ser graves. A sexóloga afirma que a repressão sexual sofrida na infância e adolescência é o principal fator dos conflitos sexuais na fase adulta, gerando diversas disfunções sexuais e/ou doenças psicossomáticas. Além disso, os tabus sexuais impedem uma pessoa de viver a plenitude de sua sexualidade e obter prazer com ela.     

Sônia lembra que os pais devem buscar o acompanhamento de um especialista sempre que sentirem necessidade de ajuda nesse sentido ou dificuldade de lidar com essa questão com os filhos por algum motivo, antes que o problema vire uma bola de neve. Porém, ela conta que, hoje, eles só buscam uma orientação em situações bem especificas. “A preocupação dos pais é maior na época de definição da orientação sexual, principalmente se percebem que o filho tem tendências homossexuais. Também costumam buscar uma ajuda especializada a pedido da escola, quando esses alunos demonstram uma precocidade na prática sexual genital dentro da própria instituição ou então por perceber a tendência a excessos de masturbações por visualização excessiva de pornografia pela internet”.


Ela completa que a proposta de Orientação Sexual procura considerar todas as dimensões da sexualidade: a biológica, a psíquica e a sociocultural, além de suas implicações políticas. “A sexualidade forma parte integral da personalidade de cada um e influencia pensamentos, sentimentos, ações, interações e tanto a saúde física como a mental. Trata-se de uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros da vida. Além disso, não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. É muito mais do que isso, é a energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade”, garantiu a sexóloga.

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