Neste
período de volta às aulas, uma especialista explica qual o papel da escola e da
família na educação sexual de crianças e jovens.
Volta às aulas e hora de
retomar os estudos para encerrar o ano letivo. Mas, uma questão que sempre está
presente é a educação sexual das crianças e jovens. Mas de quem é o papel de
educar nesse sentido? Da escola ou dos pais?
A psicóloga e sexóloga Sônia
Eustáquia afirma que a Escola deve fazer em todos os seus projetos a inclusão
do tema saúde, prazer, qualidade de vida e sexualidade, assim terá
constantemente o assunto em suas pautas. “O tema “educação sexual”, por lei, é
considerado transversal dentro das escolas e por isso os professores de todas
as disciplinas devem estar preparados para responder sobre o assunto em
qualquer momento em sala de aula. Só assim a criança e o jovem podem aprender
que falar sobre sexualidade é tão natural quanto falar de história, português
ou matemática. A intenção é a de ir trabalhando os tabus bem cedo nas vidas das
pessoas”.
Já em relação à família, a
especialista explica que pode ser feito a mesma coisa, respondendo as questões
feitas pelos filhos e apresentando situações para discussões, o que segundo
ela, hoje em dia não é difícil. “As novelas e filmes sempre trazem o tema. Ora
bem discutido, ora de maneira desedificativa. Mesmo assim é importante não
ignorar e discutir sempre”, garantiu Sônia.
A psicóloga ressalta que não
existe um momento certo e ideal para iniciar a educação sexual com uma criança,
mas que os pais devem estar “prontos” para respostas sinceras e amorosas desde
a primeira pergunta do filho. “Os pais devem apenas responder o que foi
perguntado. Não precisa antecipar-se e explicar além do perguntado, muito menos
mentir para a criança. Educação sexual é tema para a vida inteira, por isso buscar
informações acerca do assunto é importante em todas as idades, da infância à
velhice”.
Falta de orientação sexual pode gerar graves conseqüências
Mas, caso essa
orientação não seja feita da maneira adequada pela família ou a escola, as conseqüências
na vida de uma pessoa podem ser graves. A sexóloga afirma que a repressão
sexual sofrida na infância e adolescência é o principal fator dos conflitos
sexuais na fase adulta, gerando diversas disfunções sexuais e/ou doenças
psicossomáticas. Além disso, os tabus sexuais impedem uma pessoa de viver a plenitude
de sua sexualidade e obter prazer com ela.
Sônia lembra
que os pais devem buscar o acompanhamento de um especialista sempre que
sentirem necessidade de ajuda nesse sentido ou dificuldade de lidar com essa
questão com os filhos por algum motivo, antes que o problema vire uma bola de
neve. Porém, ela conta que, hoje, eles só buscam uma orientação em situações bem
especificas. “A preocupação dos pais é maior na época de definição da
orientação sexual, principalmente se percebem que o filho tem tendências
homossexuais. Também costumam buscar uma ajuda especializada a pedido da escola,
quando esses alunos demonstram uma precocidade na prática sexual genital dentro
da própria instituição ou então por perceber a tendência a excessos de
masturbações por visualização excessiva de pornografia pela internet”.
Ela completa
que a proposta de Orientação Sexual procura considerar todas as dimensões da
sexualidade: a biológica, a psíquica e a sociocultural, além de suas
implicações políticas. “A sexualidade forma parte integral da personalidade de
cada um e influencia pensamentos, sentimentos, ações, interações e tanto a
saúde física como a mental. Trata-se de uma necessidade básica e um aspecto do
ser humano que não pode ser separado de outros da vida. Além disso, não é
sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. É muito mais do
que isso, é a energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade”,
garantiu a sexóloga.
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