segunda-feira, 25 de julho de 2016

Vida sexual ativa das vovós

No Dia da Vovó, especialista garante que o sexo pode melhorar com a chegada da terceira idade.


A data de 26 de julho é dedicada ao Dia da Vovó. Até pouco tempo tínhamos a idéia e a imagem de uma senhora sentada fazendo crochê e cuidando dos netos, mas essa realidade não é mais a mesma e elas estão vivendo por mais tempo, com mais qualidade e cada vez mais ativa, inclusive em relação à vida sexual.

A sexóloga e psicóloga, Sônia Eustáquia, afirma que falar sobre sexo na terceira idade ainda é um tabu para muitos, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para ter uma vida sexual de qualidade nesta faixa etária. “A sexualidade tem início quando nascemos e vai se construindo durante a trajetória de nossas vidas. Exercer essa capacidade é uma decisão e responsabilidade de cada um. Mas, se negarmos o prazer, por pressões ou por influências ideológicas, estaremos negando parte de nossa humanidade. Por isso, as limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice, é a mesma que pode haver em todas as idades, e é preciso tentar superá-las ou minimizá-las”.

Segundo a especialista, nessa fase a satisfação que é encontrada vai além do prazer sexual genital. “Na velhice a sexualidade é mais suave. O companheirismo e cumplicidade vêm em primeiro lugar, o carinho e a camaradagem cumprem uma função de complementação muito satisfatória no prazer, como o sexo no sentido físico. Para muitas pessoas de mais idade, a sexualidade oferece a oportunidade não apenas de expressar paixão, mas o afeto, a estima e a lealdade. Tudo isso permite que essas pessoas se sintam seguras e amparadas, sentimentos primordiais para a saúde mental”.

Ela ainda afirma que o sexo pode melhorar com a chegada da terceira idade. “O relaxamento da aposentadoria, a não escravidão aos padrões de beleza na mulher, a confiança e estabilidade da parceria são fatores que influenciam e melhoram a vida sexual nessa fase. Além disso, a terceira idade traz para as mulheres mais serenidade, é o momento em que revê seus conceitos sobre dinheiro, trabalho, ambições, beleza, vida, prazer e sexo. Ele então prefere mais qualidade no ato sexual ao invés de quantidade. Por isso é possível que ambos tirem mais proveito nas carícias do que tiravam quando jovens”, disse Sônia.

Disfunções sexuais

Porém, algumas inseguranças podem surgir nesse momento. De acordo com Sônia, as mulheres geralmente temem perder a capacidade de sedução e costumam apresentar perda da auto-estima, ligada principalmente ao corpo, as mudanças naturais do padrão de beleza e jovialidade. E, nesse caso, quando o ajustamento psicossexual não acontece corretamente, surgem dificuldades e conflitos da intimidade sexual, que se apresentam por meio de disfunções sexuais como a dificuldade de atingir o orgasmo, diminuição do desejo, dores durante a relação sexual, a aversão sexual ou, até mesmo, o excesso de apetite sexual, dentre outras. “Hoje, com mais de 30 anos de carreira, me permito afirmar que a psicoterapia é o melhor método de tratamento, sendo pouquíssimos os casos em que há a necessidade da inclusão de medicamentos, pois a ansiedade causada pela falta de informações sobre o ciclo vital é a principal causa dos conflitos e disfunções sexuais”.


Para ela, o segredo para o sucesso da sexualidade na terceira idade é não esperar que ela chegue para começar a se preocupar. “É preciso manter desde cedo uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regulares, ter uma vida social “regrada”, não bebendo muito e nunca fumando. Procurar médicos regularmente inclusive o psicoterapeuta. Estudar, divertir, viajar e amar muito. Trabalhar com o que gosta, fazer poupança e garantir a independência financeira futura. Assim você vai chegar na terceira idade impecável, eu garanto”.

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