Diabetes Infantil

Cuidados com a alimentação das crianças nas férias pode prevenir diabetes

      

       Biscoito, salgadinho, doce, batata frita e refrigerante. Esse, provavelmente, deve ser o cardápio de muitas crianças durantes as férias escolares, umas das grandes vilãs da saúde infantil. Nesse período os pais relaxam e deixam os pequenos comerem tudo aquilo que desejam, sem moderação. E o aumento de glicose no sangue pode expor as crianças à doenças crônicas, como a diabetes .

       Estima-se que em Minas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 10% da população acima de 20 anos seja diabética. Sendo que 90% de todos os diabéticos são do tipo 2 e 10% do tipo 1. O diabetes atinge 150 milhões de pessoas no mundo e a projeção para 2025 é 300 milhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Só no Brasil são 10 milhões de pessoas com a doença.

     De acordo com a bioquímica Carolina Ynterian, “diabetes é uma alteração na produção do hormônio insulina pelo pâncreas ou uma resistência à ação da insulina pelo organismo”. Quando a pessoa sofre de diabetes, o pâncreas produz pouca insulina fazendo com que o açúcar fique acumulado no sangue.

      Existem dois tipos de diabetes, a do tipo 1 e a do tipo 2. O tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil, por atingir em especial jovens e crianças, pode surgir desde as primeiras semanas de nascimento até os 30 anos. Porém, é entre os 5 e 7 anos e durante a puberdade que mora o perigo e a atenção precisa ser redobrada, principalmente no que diz respeito à alimentação. Esse tipo da doença está relacionado à falta ou pouca produção de insulina, o que faz com que o organismo não consiga controlar a taxa de glicose ingerida.

       De acordo com a Associação de Diabetes Infantil, em Belo Horizonte, o diabetes de tipo 1 é incurável e o tratamento é baseado em uma dieta equilibrada e injeções diárias de insulina. Segundo a presidente da associação, Cidinha Campos, o tratamento da doença é traumático e as crianças podem chegar a tomar de 10 a 12 agulhadas por dia.

       Já o diabetes tipo 2 é hereditária e acontece quando as células resistem à ação da insulina, mesmo que sua produção seja normal. Antigamente era uma doença de adulto, mas com a elevação da taxa de obesidade infantil associada a uma vida sedentária e péssimos hábitos alimentares, esse tipo de diabetes aumentou consideravelmente entre as crianças.

      Para a nutricionista Hellen Fernandes, a alimentação das crianças não deve ser diferente do resto da família e ajuda no combate à doença. “Elas devem comer frutas, verduras e legumes e fazer pequenos lanches com frutas, vitaminas ou sanduíches leves entre as grandes refeições”, explica Hellen, que não proíbe o consumo de guloseimas nos finais de semana.

     De acordo com a nutricionista as crianças diabéticas devem evitar ao máximo os carboidratos como doces, chocolates, massas, frituras e refrigerantes. “Os diabéticos podem, sim, consumir esses produtos, mas com muita moderação e recomendação médica. É bacana até moderar o consumo de frutas. O ideal é de, no máximo, três a quatro frutas por dia”, diz ela.

      Para o educador físico George Santos e Silva, nessa época do ano as colônias de férias são um forte aliado para combater o sedentarismo e os maus hábitos alimentares das crianças. Brincadeiras em playgrounds e, principalmente, em piscinas também são bem vindas, pois têm um gasto calórico maior, segundo ele.

      George, assim como Hellen, também alerta para a importância da alimentação dos pequenos. “É ideal que as crianças façam pequenos lanches antes e depois das atividades, como bastante frutas e carboidratos, que serviram de combustível”, diz ele, que também recomenda evitar massas, pães e frituras depois das 18h, quando o metabolismo diminui consideravelmente.

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Fonte: Entrevista da nutricionista da Galgani Farmácia de Manipulação Hellen Fernandes, para o Jornal Pampulha.