segunda-feira, 11 de abril de 2016

Conheça os sintomas e saiba como tratar a compulsão alimentar

Querer comer muito e tudo pode denunciar que o indivíduo se tornou vítima de um transtorno chamado “compulsão alimentar”. Mas, uma especialista garante que há tratamento e que na maioria das vezes a terapia é o melhor caminho.


Você é do tipo que se limita a consumir apenas o que coloca no prato ou não resiste a beliscar o que sobrou na mesa ou mesmo repetir a refeição? Quando percebe que está comendo demais consegue fechar a boca imediatamente ou passa a comer longe dos outros para não repararem? A maneira como um indivíduo lida com a comida pode denunciar que ele se tornou vítima de um transtorno alimentar chamado compulsão alimentar. Embora a maior parte das pessoas esteja sujeita a episódios esporádicos de gula, a forma como eles são encarados e suas conseqüências podem indicar a necessidade de buscar ajuda.

O assalto à geladeira durante a noite também é característica da compulsão alimentar, um problema que atinge até 4% da população geral e 6% dos obesos – podendo alcançar metade dos indivíduos mórbidos, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria.

A psicóloga Halina Rezende, especialista em emagrecimento, explica que comer muito, mesmo sem vontade, é fruto de um desiquilíbrio nos mecanismos da fome e saciedade. “Compulsão alimentar é uma doença mental em que a pessoa sente a necessidade de comer, mesmo quando não está com fome, e que não deixa de se alimentar apesar de já estar satisfeita. Pessoas com compulsão alimentar comem grandes quantidades de alimentos em pouco tempo. Já o exagero, está ligado ao excesso de comida no momento da refeição”.

Ela esclarece que a compulsão apresenta duas abordagens distintas: a psicossomática e a comportamental. “A psicossomática é determinada por causas psicológicas e emocionais inconscientes. Além de considerar o hábito de comer muito e tudo um sintoma e não descartar a tendência hereditária. Já na comportamental, a hiperfagia do obeso, está ligada a fatores externos aprendidos no ambiente em que vive”, disse Halina.

A psicóloga garante que o estresse ou tensão são os principais sintomas que levam a compulsão alimentar, que só passa quando se come. “Essas pessoas nunca se sentem satisfeitas, não importa o quanto comam. Mas, depois que comem sente-se deprimidos, culpados ou aborrecidos e o desespero para controlar o peso e os hábitos alimentares torna-se um ciclo vicioso”.

Tratamentos

Como as causas da compulsão são diversas, Halina afirma que os tratamentos tornam-se múltiplos. “O tratamento pode envolver psiquiatras, terapeutas, nutricionistas e especialistas em distúrbios alimentares e obesidade. É importante que não se trate apenas os sintomas e consequências da compulsão alimentar, mas também suas causas. O uso de medicamentos só deve ser feito se a pessoa sofre outros problemas como fobia ou depressão severa. Caso contrário, a terapia é a melhor forma de combater a compulsão alimentar da forma correta: de dentro pra fora”.


Para prevenir essa doença, ela ressalta que a principal medida é a boa alimentação. “Uma dica é observar os horários e os alimentos adequados para cada refeição, nada de lanche, por exemplo, no horário do almoço. Além disso, se alimentar antes que a sensação de fome se instale é crucial”, disse a psicóloga.

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