Querer comer muito e tudo pode denunciar que o indivíduo se tornou vítima
de um transtorno chamado “compulsão alimentar”.
Mas, uma especialista garante que há tratamento e que na maioria das vezes a
terapia é o melhor caminho.
Você é do tipo que se limita a
consumir apenas o que coloca no prato ou não resiste a beliscar o que sobrou na
mesa ou mesmo repetir a refeição? Quando percebe que está comendo demais
consegue fechar a boca imediatamente ou passa a comer longe dos outros para não
repararem? A maneira como um indivíduo lida com a comida pode denunciar que ele
se tornou vítima de um transtorno alimentar chamado compulsão alimentar. Embora a maior parte
das pessoas esteja sujeita a episódios esporádicos de gula, a forma como eles
são encarados e suas conseqüências podem indicar a necessidade de buscar ajuda.
O assalto à
geladeira durante a noite também é característica da compulsão alimentar, um
problema que atinge até 4% da população geral e 6% dos obesos – podendo
alcançar metade dos indivíduos mórbidos, segundo dados da Associação Americana
de Psiquiatria.
A psicóloga Halina Rezende, especialista em
emagrecimento, explica que comer muito, mesmo sem vontade, é fruto de um
desiquilíbrio nos mecanismos da fome e saciedade. “Compulsão alimentar é
uma doença mental em que a pessoa sente a necessidade de comer, mesmo quando
não está com fome, e que não deixa de se alimentar apesar de já estar
satisfeita. Pessoas com compulsão alimentar comem grandes quantidades
de alimentos em pouco tempo. Já o exagero, está ligado ao excesso de comida no
momento da refeição”.
Ela esclarece que a
compulsão apresenta duas abordagens distintas: a psicossomática e a
comportamental. “A psicossomática é determinada por causas psicológicas e
emocionais inconscientes. Além de considerar o hábito de comer muito e tudo um
sintoma e não descartar a tendência hereditária. Já na comportamental, a
hiperfagia do obeso, está ligada a fatores externos aprendidos no ambiente em
que vive”, disse Halina.
A psicóloga garante que o
estresse ou tensão são os principais sintomas que levam
a compulsão alimentar, que só passa quando se come. “Essas pessoas nunca se
sentem satisfeitas, não importa o quanto comam. Mas, depois que comem sente-se
deprimidos, culpados ou aborrecidos e o desespero para controlar o peso e os
hábitos alimentares torna-se um ciclo vicioso”.
Tratamentos
Como as causas da compulsão são diversas, Halina afirma que os
tratamentos tornam-se múltiplos. “O
tratamento pode envolver psiquiatras, terapeutas, nutricionistas e
especialistas em distúrbios alimentares e obesidade. É importante que não se
trate apenas os sintomas e consequências da compulsão alimentar, mas também
suas causas. O uso de medicamentos só deve ser feito se a pessoa
sofre outros problemas como fobia ou depressão severa. Caso contrário, a
terapia é a melhor forma de combater a compulsão alimentar da forma correta: de
dentro pra fora”.
Para
prevenir essa doença, ela ressalta que a principal medida é a boa alimentação. “Uma
dica é observar os horários e os alimentos adequados para cada refeição, nada
de lanche, por exemplo, no horário do almoço. Além disso, se alimentar antes
que a sensação de fome se instale é crucial”, disse a psicóloga.
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