A posição errada das crianças
ao se sentarem nas salas de aula ou ao carregarem o material pode causar sérios
desvios na coluna. Um deles é a escoliose, detectada por meio
de um exame bem simples feito por um médico e que leva menos de um
minuto.
A escoliose é
um desvio da coluna vertebral para a direita ou esquerda, com rotação e
inclinação, que resulta num formato da coluna em "S" ou "C". "Essa alteração
pode ter causas neuromusculares, pós-traumáticas, congênitas (malformação das
cartilagens de crescimento das vértebras) e idiopáticas (de causa
desconhecida)", conta a Dra. Clarissa Santiago, fisioterapeuta e instrutora da
clínica Da Matta Fisio, em Belo Horizonte.
O problema é mais frequente no
sexo feminino e o diagnóstico é feito geralmente na adolescência, período de
maior desenvolvimento ósseo. Os próprios pais devem observar a postura dos filhos ao dormir, ao
sentar no computador ou ao jogar um vídeo game e levá-los ao médico, caso
percebam alguma alteração.
Uma escoliose discreta também
pode ser identificada num exame físico de rotina na escola. "O professor desconfia do
desvio de coluna ao perceber que o aluno apresenta um ombro ou um quadril mais
baixo do que o outro ou se a roupa não apresenta um caimento adequado", conta a
fisioterapeuta.
Já a avaliação física e
postural deve ser realizada pelo educador físico em conjunto com um
fisioterapeuta. "A identificação precoce facilita a correção da postura
escoliótica, seja com indicação de fisioterapia, orientações posturais,
natação, massagem, entre outros.",
comenta Dra. Clarissa.
E acrescenta: "Pode-se também
fazer o Teste de Adams, que consiste em ficar atrás do aluno e pedir a ele que
flexione o corpo para frente com os braços ao longo do corpo". Após identificar
uma alteração deve-se encaminhar a pessoa para o pediatra ou ortopedista para
averiguar a gravidade do problema. "O diagnóstico é rápido e consiste num exame
clínico (avaliação postural) e um raio-X, o qual mede-se os ângulos das
curvaturas", diz a fisioterapeuta.
Diagnóstico nas aulas
de balé
A jornalista Raquel Khum
descobriu que tinha escoliose aos 10 anos nas aulas de balé. "Minha professora
percebeu que havia algo errado. Eu estava com quase 28 graus de curva, um
estágio avançado para a minha idade na época. Como estava em fase de
crescimento tive pouco tempo para
‘conter’ o problema. Fiz hidroterapia, fisioterapia, RPG, colete e até fui
considerada um caso cirúrgico", conta.
Raquel pensa que, independente
da gravidade do problema, é sempre importante que ele seja diagnosticado
precocemente. "Até hoje o médico não descobriu a origem da minha escoliose: se é
congênita (hereditário), se foi causada durante o parto ou se foi a má postura.
Sofri muito tentando correr contra o tempo perdido", lamenta.
Fonte: Portal
Vila Mulher
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