Não
é de hoje que ouvimos falar sobre a gravidade de distúrbios como Anorexia e
Bulimia. Pesquisas registram uma taxa de mortalidade muito alta, em torno de
20%. Mas qual é a diferença entre esses transtornos?
Enquanto
a epidemia da obesidade assola o mundo com projeções de que até 2025, 75
milhões de crianças estejam acima do peso ou obesas, milhares de pessoas sofrem
com outro extremo: magreza excessiva. Não é de hoje que ouvimos falar sobre a
gravidade de distúrbios como Anorexia e Bulimia. Pesquisas registram uma taxa
de mortalidade muito alta, em torno de 20%, superando o número de mortes por
câncer de mama, por causa da Anorexia. Acredita-se que cerca de 100 mil
adolescentes, sendo 90% meninas, sejam afetadas por esses distúrbios no Brasil.
Os transtornos
A nutricionista Patrícia
Ansaloni, que atua na Clínica Arquitetura do Pensar, em Belo Horizonte, explica
queas principais diferenças entre os dois são os sintomas. “A Bulimia é uma disfunção
alimentar em que a pessoa tende a apresentar períodos de alimentação em excesso
(compulsão alimentar), seguidos pelo sentimento de culpa e atitudes de
purgação.Para "compensar" o ganho de peso, o bulímico exercita-se de
forma desmedida, vomita o que come e faz uso excessivo de purgantes e
diuréticos. Ele geralmente se encontra com peso normal, não chegando à magreza
da anorexia”.
Já aanorexia
nervosa é um distúrbio caracterizado por um regime alimentar onde o paciente
recusa a se alimentar regularmente, seguindo uma dieta rígida. “O anoréxico tem uma imagem corporal
distorcida, se acha acima do peso ou tem um medo incontrolável de engordar, por
isso faz severas restrições alimentares na tentativa de diminuir ou controlar o
peso. Uma pessoa com anorexia nervosa geralmente possui um baixo peso corporal
e grande estresse físico. Ele pode ser também bulímico”, esclareceu Ansaloni.
Ainda de acordo com a especialista, pessoas que sofrem
com esses distúrbios correm riscos relacionados à deficiência de nutrientes, como diminuição da
pressão e da temperatura corporal, levando o indivíduo a ser menos tolerante ao
frio; desmaios e fraqueza; enfraquecimento dos dentes (cárie); dores no
estômago; constipação; queda de cabelo; pele ressecada e rachada; e a mais
grave deles, morte por ataque cardíaco, pela deficiência de sódio e potássio,
que controlam o ritmo das batidas do coração.
O diagnóstico
Estudos apontam que a anorexia é mais recorrente em garotas de 12 a 18 anos, enquanto a
bulimia é mais comum entre os 16 e 25 anos. A nutricionista explica que esses
transtornos são mais comuns entre adolescentes, já que é nesse período onde,
naturalmente, as pessoas tendem a estarem mais insatisfeitas com o próprio
corpo, principalmente, as mulheres. “É possível identificar se uma pessoa está
com algum desses transtornos observando pontos específicoscomo pele seca e
amarelada, corpo muito magro (ou caquético), sensação constante de frio,
cabelos quebradiços e sem brilho, lanugem (crescimento de pêlos em outras
regiões do corpo), disfunções gastrointestinais (como intestino preso e
dificuldades na digestão) e complicações cardiovasculares (relacionadas como as
principais causas de morte). Os bulímicos apresentam sintomas depressivos e
alterações de humor, ansiedade, alterações de personalidade, ou até dependência
química”.
Patrícia acrescenta que outros
sinais são bastante marcantes como dores abdominais, feridas na garganta,
complicações gastrintestinais e problemas cardiovasculares. Além disso, as
evidências de episódios de vômitos também ficam marcadas no dorso da mão usada
para estimular o reflexo na garganta (sinal de Russel), glândulas salivares
inchadas, erosão dos dentes e cáries. “É importante ressaltar que o uso abusivo
de medicamentos e os vômitos causam desidratação”, disse.
O tratamento
Esses distúrbios não são
fáceis de superar, mas existe tratamento. A nutricionista afirma que quanto
antes diagnosticado, mais eficaz pode ser a recuperação da autoestima e do peso
excessivo perdido.Os
principais pontos são o tratamento médico, a terapia psicológica e a orientação
nutricional. Podem acontecer recaídas, por isso é importante que seja um
acompanhamento por longo período.Como estes são transtornos que envolvem tanto
componentes psicológicos, fisiológicos quanto sociais, o tratamento precisa de
uma abordagem multiprofissional.
Patrícia conclui ressaltando a importância da prevenção e lista algumas regras de estilo de vida podem fazer reduzir o risco de uma pessoa desenvolver a doença:
Pacientes:
-
Ter uma educação e sensibilização para a doença e os riscos associados;
-
Ter um conhecimento e hábitos alimentares saudáveis;
-
Cultivar uma imagem positiva do corpo;
-
Reduzir os fatores de stress, conciliar o descanso com a escola ou o trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário