Saiba a importância de prevenir a obesidade desde a infância
Enquanto a expectativa de vida aumentou entre as últimas gerações, mas se nada for feito em relação a qualidade da alimentação, as crianças de hoje em dia provavelmente viverão menos do que seus pais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças de cinco a nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A projeção para 2025 é de que a quantidade de crianças obesas chegue a 75 milhões, caso nenhuma providência seja tomada. Alimentação inadequada e sedentarismo são os principais vilões da obesidade infantil. Em menos de 5% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o excesso de peso se deve a doenças endocrinológicas.
Para saber se uma criança está acima do peso ou com obesidade, o médico Bruno Sander, especialista em gastroenterologia e endoscopia digestiva, explica que é necessário calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). “No entanto, o IMC não considera fatores como a quantidade de massa muscular magra e a estrutura física da criança, uma vez que o crescimento pode variar muito de uma para outra. É necessária a avaliação individualizada, além do IMC, onde consideramos aspectos como histórico familiar de obesidade e problemas de saúde relacionados com o peso, diabetes, hábitos alimentares da criança, prática de atividade física, além de outras condições de saúde que a criança possa ter”.
Após o diagnóstico, o especialista garante que o tratamento da obesidade infantil é complexo e multidisciplinar, e deve-se sempre apoiar nos seguintes preceitos: alimentação saudável e atividade física. “Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. As crianças devem ser abordadas individualmente e conforme a idade, uma vez que cada uma pode apresentar diferentes fatores que aumentam seu risco para obesidade. Para as crianças e adolescentes que estão acima do peso ou com obesidade leve, sem risco de desenvolver outras doenças, pode ser recomendada apenas a manutenção, já que o crescimento da criança pode fazer com que ela entre numa faixa de IMC saudável, sem necessariamente precisar emagrecer. Já para crianças com obesidade instalada e risco de desenvolver outras doenças, a perda de peso é recomenda”.
Mas, caso esses cuidados não sejam tomados, a obesidade infantil aumenta o risco de uma série de outras doenças, como:
Colesterol alto
Hipertensão
Doença cardíaca precoce
Diabetes tipo 2
Problemas ósseos
Síndrome metabólica
Distúrbios do sono
Puberdade precoce
Depressão
Asma e outras doenças respiratórias
Condições de pele como brotoeja, infecções fúngicas e acne
Baixa autoestima
Problemas de comportamento
O papel dos pais
Segundo o médico, os pais desempenham um papel crucial para ajudar as crianças com obesidade a controlar o peso. “Aproveite todas as oportunidades para construir a auto-estima da criança. Não tenha medo de trazer à tona o tema da saúde e atividade física. Converse com seus filhos diretamente, abertamente e sem crítica ou julgamento. O sucesso depende em grande parte de seu compromisso de ajudar seu filho ou filha a fazer essas mudanças”. Para isto, ele indica algumas técnicas que ajudam bastante nesse processo:
· Se a criança se recusa a comer, seja firme;
· Deixe os alimentos atraentes;
· Não ceda se a criança fizer birra;
· Evite barganhar;
· Incentive novas modalidades de atividade;
· Passeios em família;
· Dê o exemplo;
· Não force a barra;
· Ajude-a a superar a vergonha e o bullying;
· Dê suporte.
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