No Dia da
Vovó, especialista garante que o sexo pode melhorar com a chegada da terceira
idade.
A data de
26 de julho é dedicada ao Dia da Vovó. Até pouco tempo tínhamos a idéia e a
imagem de uma senhora sentada fazendo crochê e cuidando dos netos, mas essa
realidade não é mais a mesma e elas estão vivendo por mais tempo, com mais
qualidade e cada vez mais ativa, inclusive em relação à vida sexual.
A sexóloga
e psicóloga, Sônia Eustáquia, afirma que falar sobre sexo na terceira idade
ainda é um tabu para muitos, o que dificulta a busca de informação e a
superação de obstáculos para ter uma vida sexual de qualidade nesta faixa
etária. “A sexualidade tem início quando nascemos e vai se construindo durante
a trajetória de nossas vidas. Exercer essa capacidade é uma decisão e
responsabilidade de cada um. Mas, se negarmos o prazer, por pressões ou por
influências ideológicas, estaremos negando parte de nossa humanidade. Por isso,
as limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice, é a mesma que
pode haver em todas as idades, e é preciso tentar superá-las ou minimizá-las”.
Segundo a especialista,
nessa fase a satisfação que é encontrada vai além do prazer sexual genital. “Na
velhice a sexualidade é mais suave. O companheirismo e cumplicidade vêm em
primeiro lugar, o carinho e a camaradagem cumprem uma função de complementação
muito satisfatória no prazer, como o sexo no sentido físico. Para muitas
pessoas de mais idade, a sexualidade oferece a oportunidade não apenas de
expressar paixão, mas o afeto, a estima e a lealdade. Tudo isso permite que
essas pessoas se sintam seguras e amparadas, sentimentos primordiais para a
saúde mental”.
Ela ainda afirma
que o sexo pode melhorar com a chegada da terceira idade. “O relaxamento da
aposentadoria, a não escravidão aos padrões de beleza na mulher, a confiança e
estabilidade da parceria são fatores que influenciam e melhoram a vida sexual
nessa fase. Além disso, a terceira idade traz para as mulheres mais serenidade,
é o momento em que revê seus conceitos sobre dinheiro, trabalho, ambições,
beleza, vida, prazer e sexo. Ele então prefere mais qualidade no ato sexual ao
invés de quantidade. Por isso é possível que ambos tirem mais proveito nas
carícias do que tiravam quando jovens”, disse Sônia.
Disfunções sexuais
Porém,
algumas inseguranças podem surgir nesse momento. De acordo com Sônia, as mulheres
geralmente temem perder a capacidade de sedução e costumam apresentar perda da
auto-estima, ligada principalmente ao corpo, as mudanças naturais do padrão de
beleza e jovialidade. E, nesse caso, quando o ajustamento psicossexual não
acontece corretamente, surgem dificuldades e conflitos da intimidade sexual,
que se apresentam por meio de disfunções sexuais como a dificuldade de atingir
o orgasmo, diminuição do desejo, dores durante a relação sexual, a aversão
sexual ou, até mesmo, o excesso de apetite sexual, dentre outras. “Hoje, com
mais de 30 anos de carreira, me permito afirmar que a psicoterapia é o melhor
método de tratamento, sendo pouquíssimos os casos em que há a necessidade da
inclusão de medicamentos, pois a ansiedade causada pela falta de informações
sobre o ciclo vital é a principal causa dos conflitos e disfunções sexuais”.
Para ela, o
segredo para o sucesso da sexualidade na terceira idade é não esperar que ela
chegue para começar a se preocupar. “É preciso manter desde cedo uma alimentação
saudável, praticar exercícios físicos regulares, ter uma vida social “regrada”,
não bebendo muito e nunca fumando. Procurar médicos regularmente inclusive o
psicoterapeuta. Estudar, divertir, viajar e amar muito. Trabalhar com o que
gosta, fazer poupança e garantir a independência financeira futura. Assim você
vai chegar na terceira idade impecável, eu garanto”.