Psicóloga mineira foi a primeira profissional do país a utilizar a técnica, na busca de uma ferramenta não medicamentosa para auxiliar no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade.
A partir das descobertas da Neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de criar “novas rotas” para fazer uma atividade, e na busca por ferramentas efetivas para auxiliar no treinamento da memória operacional, uma equipe de neurocientistas e designers de jogos da Suécia se uniram, e, a partir de pesquisas, criaram um software composto por exercícios de memória: o Cogmed.
A psicóloga do Núcleo Persona, Cláudia Ferreira, primeira profissional a trabalhar com a técnica no país desde 2011, explica que objetivo principal do método é otimizar a memória operacional, que é o principal prejuízo de quem tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH. “A nossa memória operacional tem a responsabilidade de manter informações em mente, enquanto executa tarefas, utilizando aprendizagens do passado para aplicar na situação atual ou criando estratégias de solução de problemas para o futuro”.
Segundo a especialista, o treinamento é indicado para pessoas diagnosticadas com TDAH, vítimas de lesão cerebral, com problemas de aprendizagem, com dificuldades decorrentes do envelhecimento normal ou até mesmo aqueles que acham que estão aquém do que poderiam academicamente ou profissionalmente. “A partir desses exercícios, os pacientes conseguem desenvolver melhor a memória, atenção, raciocínio, concentração, foco e habilidades sociais e de controle de impulsos”.
Ela ressalta que a sequência dos exercícios pode ser realizada até mesmo em casa, por meio de um trabalho sistemático, adaptativo e com o suporte do treinador qualificado Cogmed. “O treinamento tem duração de cinco semanas, com a freqüência de cinco dias por semana, por aproximadamente 45 minutos cada sessão e com programas diferenciados por idades. Pesquisas já mostram que a cada dez pessoas que realizam, oito relatam uma melhora da atenção e/ou da concentração, do foco, das habilidades de raciocínio, das habilidades sociais e do controle de impulsos, de forma substancial e duradoura”, citou Cláudia.
Contraindicações
No entanto, a psicóloga alerta que é a técnica não é indicada em alguns casos. “É preciso avaliar com cautela situações de potencial intelectual reduzido, epilepsia fotosensível, depressão e ansiedade severas, transtorno opositor desafiador e transtorno de conduta, além da falta de motivação, para então concluir se o tratamento será benéfico ou não para o paciente”.
Por isso, a importância de buscar um profissional com formação superior e que seja qualificado especificamente para utilizar o Cogmed, para garantir o uso adequado do treinamento e promover o máximo aproveitamento pelo usuário.
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