terça-feira, 3 de março de 2015

A fala e sua importância na vida escolar

A oralidade na vida estudantil da criança é muito importante, e por isso é necessário que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento da fala de seu filho durante o período escolar


São várias as manifestações de que algo está deixando a desejar na comunicação de uma criança, entre elas o atraso no desenvolvimento da fala e linguagem. Com isso, a defesa de suas ideias, seu posicionamento diante do grupo de colegas fica comprometido, além de poder sofrer bullyng, ser imitada e diante disto se inibir, deixando de participar das atividades sociais da turma e ter seu aprendizado comprometido e a escrita defasada.
A fonoaudióloga Marisa de Sousa Viana Jesus, integrante do Núcleo Persona, em Belo Horizonte, explica que as dificuldades na linguagem não devem ser subestimadas no período escolar, tanto pelo sofrimento que elas causam na criança quanto por seus desdobramentos no aprendizado, que se torna deficitário. “É frequente a preocupação dos pais existirem somente na época de aparecimento das primeiras palavras e após isto diminuem o rigor no acompanhamento do desenvolvimento da linguagem do filho. Mas é indicado que os responsáveis se empenhem em estimular mais e melhor a comunicação da criança e verificar com a escola sua percepção sempre”.
Segundo a especialista, essas alterações na fala podem ocorrer pelos mais variados motivos, sendo os principais deles relacionados a doenças da mãe na gestação, sofrimento durante o parto, prematuridade ou baixo-peso ao nascimento, síndromes e déficit cognitivo. “Além disso, a superproteção familiar faz com que a criança tenha todas suas necessidades supridas sem precisar falar. A estimulação deficitária ou inadequada, por haver pessoas que “falam pela criança”, ou, no outro extremo, por conversarem pouco com ela, ou ainda, por utilizar uma fala muito infantilizada ou até a perda auditiva, também podem ser uma causa,” completou Marisa.
Ela acrescenta que alguns casos de dificuldades podem estar relacionados também à Dislexia, porém é preciso ter cuidado para não realizarem diagnósticos precipitados. “Este é um diagnóstico de exclusão e deve ser feito por uma equipe especializada. Por isso o fonoaudiólogo tem uma participação fundamental tanto no tratamento quanto na reabilitação deste distúrbio”.

Formas de tratamento
Ao perceber que o andamento da aprendizagem da criança difere e apresenta certa defasagem em relação aos colegas, além disso, se ela está incomodada com sua fala ou se houver ainda uma suspeita de que algo não está normal, é necessário que os pais procurem a ajuda de uma especialista. “Ele irá propor atividades que estimulem as crianças a prestarem atenção aos sons, na forma como se fala e estimulando para que usem a linguagem nas relações sociais”, disse a fonoaudióloga.
Ela garante que algumas vezes, a conversa com os familiares sugerindo estratégias para melhorar e estimular a comunicação da criança, seguida de orientações aos professores podem ser suficientes. Mas, que em outras situações é necessário o encaminhamento para realização de exames auditivos e neurológicos, além de sessões terapêuticas. “Neste processo a criança é vista não como paciente, mas como agente, participando ativamente do seu processo de mudança, além do envolvimento da família em cada sessão e também da escola. Cria-se assim, um círculo virtuoso, em que cada atividade é planejada, os resultados são alcançados e num sentimento de cumplicidade, comemorados”, concluiu Marisa.



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