A
oralidade na vida estudantil da criança é muito importante, e por isso é
necessário que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento da fala de seu filho
durante o período escolar
São várias as manifestações de que algo
está deixando a desejar na comunicação de uma criança, entre elas o atraso no
desenvolvimento da fala e linguagem. Com isso, a defesa de suas ideias, seu
posicionamento diante do grupo de colegas fica comprometido, além de poder
sofrer bullyng, ser imitada e diante
disto se inibir, deixando de participar das atividades sociais da turma e ter
seu aprendizado comprometido e a escrita defasada.
A fonoaudióloga Marisa de Sousa Viana
Jesus, integrante do Núcleo Persona, em Belo Horizonte, explica que as
dificuldades na linguagem não devem ser subestimadas no período escolar, tanto
pelo sofrimento que elas causam na criança quanto por seus desdobramentos no
aprendizado, que se torna deficitário. “É
frequente a preocupação dos pais existirem somente na época de aparecimento das
primeiras palavras e após isto diminuem o rigor no acompanhamento do
desenvolvimento da linguagem do filho. Mas é indicado que os responsáveis se
empenhem em estimular mais e melhor a comunicação da criança e verificar com a
escola sua percepção sempre”.
Segundo a especialista, essas alterações
na fala podem ocorrer pelos mais variados motivos, sendo os principais deles
relacionados a doenças da mãe na gestação, sofrimento durante o parto,
prematuridade ou baixo-peso ao nascimento, síndromes e déficit cognitivo. “Além
disso, a superproteção familiar faz com que a criança tenha todas suas
necessidades supridas sem precisar falar. A estimulação deficitária ou
inadequada, por haver pessoas que “falam pela criança”, ou, no outro extremo,
por conversarem pouco com ela, ou ainda, por utilizar uma fala muito
infantilizada ou até a perda auditiva, também podem ser uma causa,” completou
Marisa.
Ela acrescenta que alguns casos de
dificuldades podem estar relacionados também à Dislexia, porém é preciso ter
cuidado para não realizarem diagnósticos precipitados. “Este é um diagnóstico
de exclusão e deve ser feito por uma equipe especializada. Por isso o
fonoaudiólogo tem uma participação fundamental tanto no tratamento quanto na
reabilitação deste distúrbio”.
Formas
de tratamento
Ao perceber que o andamento da
aprendizagem da criança difere e apresenta certa defasagem em relação aos
colegas, além disso, se ela está incomodada com sua fala ou se houver ainda uma
suspeita de que algo não está normal, é necessário que os pais procurem a ajuda
de uma especialista. “Ele irá propor atividades que estimulem as crianças a
prestarem atenção aos sons, na forma como se fala e estimulando para que usem a
linguagem nas relações sociais”, disse a fonoaudióloga.
Ela garante que algumas vezes, a
conversa com os familiares sugerindo estratégias para melhorar e estimular a
comunicação da criança, seguida de orientações aos professores podem ser
suficientes. Mas, que em outras situações é necessário o encaminhamento para
realização de exames auditivos e neurológicos, além de sessões terapêuticas. “Neste
processo a criança é vista não como paciente, mas como agente, participando
ativamente do seu processo de mudança, além do envolvimento da família em cada
sessão e também da escola. Cria-se assim, um círculo virtuoso, em que cada
atividade é planejada, os resultados são alcançados e num sentimento de
cumplicidade, comemorados”, concluiu Marisa.
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