Especialista explica quais sinais que devem ser observados para avaliar quando a internação é necessária.
Quando uma pessoa se envolve no mundo das drogas, a família passa a viver uma inconstância. Em casos extremos de dependência, na busca por ajuda, muitas famílias optam pela internação do individuo, mesmo estando em dúvida se é o correto a se fazer. O psicólogo clínico Rogério de Souza Salgado, especialista em dependência química, explica que a internação não é um tipo de tratamento, mas, sim, uma intervenção. “A internação é uma medida que visa, em determinadas situações, o afastamento do paciente do seu meio (e disponibilidade de acesso à droga) preservando sua integridade física e mental”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) alguns critérios devem ser avaliados para a internação do paciente, como: ameaça de suicídio ou comportamento autodestrutivo; ameaça a integridade física de terceiros; sintomas psiquiátricos graves (psicose, depressão); complicações clínicas importantes e pacientes que não resistem a nenhum período de abstinência.
Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), na RESOLUÇÃO RDC 101 de 2001, possui como referência, o que chamou de critérios de elegibilidade para internação, que especifica, pelo grau de gravidade (leve, moderado ou grave) a estrutura que deve ter o serviço de internação.
Internação voluntária: quando o paciente está disposto a submeter-se por escolha ao confinamento, ele será recebido e poderá interromper o tratamento a qualquer tempo (respeitando alguns critérios pré-estabelecidos e aceitos por ele);
Internação involuntária (contra a vontade do paciente): exige-se uma avaliação psiquiátrica que irá definir a necessidade e adequação da medida e um familiar assume a responsabilidade pelo paciente;
Internação compulsória: definida pela justiça.
A importância da família no tratamento
Nas três processos de internação, o especialista garante que o papel da família é fundamental para o paciente, pois ela frequentemente oferece o ambiente (propício ou nocivo à recuperação), em que o paciente encontra apoio ou sobrecarga, sendo uma internação voluntária ou não. “Ao tratarmos um dependente, a família deve ser envolvida e diagnosticada a sua relação com ele”, completou Salgado.
Além da internação, o psicólogo cita outras possibilidades de tratamentos que podem ser realizadas como o atendimento ambulatorial (em liberdade) intensivo ou extensivo, psicoterapia individual ou de grupo, atividades reflexivas que envolvam diversos profissionais como psicólogos ou terapeutas ocupacionais e o uso de medicamentos com participação de médico psiquiatra. “O período de duração do tratamento dependerá de diversos fatores a serem avaliados. Contudo, pode ter duração de dias ou meses, isso dependerá dos fatores a serem analisados e de cada programa terapêutico proposto”, orientou Rogério.
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