Confira outras medidas que contribuem para acabar com esse desconforto
Caracterizada pela incapacidade de
segurar a urina, a incontinência urinária atinge 10 milhões de brasileiros de
todas as idades, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino, afirma a
Sociedade Brasileira de Urologia. Por ser um problema agravado com a idade, as
pessoas tendem a acreditar que a incontinência é uma doença exclusiva do idoso e
não procuram ajuda médica, ou então acreditam ser um processo natural do
envelhecimento - o que não é verdade.
De acordo com a fisioterapeuta
especializada em uroginecologia Luciana Lopes, da Clínica Da Matta Fisio, em
Belo Horizonte, existem quatro tipos de manifestações da doença: incontinência
urinária de esforço, quando a pessoa não tem força muscular pélvica suficiente
para reter a urina; incontinência urinária de urgência, que é a perda
involuntária de urina sem nenhuma razão aparente, normalmente causada por
contrações musculares involuntárias; incontinência urinária funcional, que
ocorre quando uma pessoa reconhece a necessidade de urinar, mas está
impossibilitada de ir ao banheiro devido a alguma doença; e incontinência
urinária por transbordamento, que ocorre quando a bexiga está sempre cheia,
ocorrendo vazamentos. As incontinências urinárias podem ser tratadas ou então
controladas com a adoção de hábitos simples.
Ir ao banheiro em horários programados
"Esse
é o tratamento chave para pacientes com incontinência urinaria de urgência", diz
a fisioterapeuta Maria Cristina Viaro, do Centro Universitário Celso Lisboa, no
Rio de Janeiro. O ideal é estabelecer horários do dia específicos para ir ao
banheiro, mesmo que você não esteja com vontade - e ir aumentando o intervalo
das idas ao banheiro na medida em que o problema é controlado. "Cerca de 57% dos
pacientes tratados com esta técnica conseguem reduzir o numero de episódios de
incontinência."
Fazer exercícios de kegel
O
princípio dos exercícios de Kegel é fortalecer os músculos do assoalho pélvico,
ajudando a prevenir problemas como a incontinência urinária de esforço ou de
urgência. "A prática do Kegel irá reforçar essa musculatura, permitindo um maior
controle da incontinência", diz o urologista Fernando Nestor Facio Jr,
responsável pelo ambulatório de saúde masculina da Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto. Para fazer os exercícios de Kegel de forma correta, primeiro
esvazie a bexiga, e contraia os músculos do assoalho pélvico. Conte até 10 e a
seguir relaxe os músculos completamente contando até 15. Faça 10 exercícios,
três vezes ao dia. "Pode parecer fácil, mas para funcionar, você tem que fazer
os exercícios sem encolher o abdômen, apertar as pernas uma contra a outra,
contrair o glúteo ou prender a respiração, trabalhando apenas os músculos do
assoalho pélvico", ressalta a fisioterapeuta Maria. Os exercícios de Kegel podem
ser feitos por mulheres e homens. Se estiver com dúvidas sobre como praticar os
exercícios, procure um profissional especializado.
Aumentar o consumo de fibras
Em
alguns casos, a incontinência pode ser controlada com a regulação do trânsito
intestinal como um todo. "Dessa forma, aumentar a ingestão de fibras e
equilibrar o consumo de água contribui para a melhora do controle, mas apenas
associado a outras medidas, como prática de exercícios", diz o urologista Fernando.
Evitar álcool e bebidas com cafeína
Não é
de hoje que conhecemos os efeitos diuréticos de bebidas alcoólicas ou ricas
em cafeína.
O álcool em
excesso leva ao relaxamento da musculatura pélvica ou incapacidade de mobilidade
por embriaguez, e a cafeína provoca irritações na bexiga ou uretra, levando a
necessidade de urinar. "Justamente por esse efeito de estímulo da bexiga que
essas bebidas devem ser evitadas por quem sofre de incontinência urinária", diz
a fisioterapeuta Luciana.
Controlar o diabetes
O
paciente com o diabetes não
controlado pode apresentar danos na capacidade muscular da bexiga, bem como uma
doença chamada neuropatia diabética, causada por uma série de lesões nos
neurônios responsáveis pelo controle urinário. "A polaciúria (urinar várias
vezes ao dia) pode ser sinal de não controle da diabetes e pede atenção", diz o
urologista Fernando. "Controlando o diabetes, os sintomas de incontinência
urinária tendem a melhorar."
Largar o cigarro
O tabagismo favorece a incontinência urinária em vários
aspectos. "Além de aumentar a incidência de fraquezas urinárias, fumar causa
tosse crônica, que provoca pressões abdominais sobre o períneo, favorecendo a
incontinência", diz a fisioterapeuta Luciana. Outro problema do cigarro é que
ele é um antiestrogênico, fator que influencia de forma negativa a tonicidade do
períneo.
Eliminar o excesso de peso
A obesidade é, atualmente, um reconhecido fator de risco para a
incontinência urinária. "O excesso de peso provoca um aumento da pressão sobre a
bexiga e assoalho pélvico, favorecendo as perdas urinárias", explica a
fisioterapeuta e uroginecologista Luciana. Dessa forma, a perda de peso pode não
só controlar a incontinência urinária, como contribuir diretamente para a sua
cura.
Na dúvida, procure um médico
A
incontinência urinária pode ser sintoma de doenças como infecções urinárias,
problemas com a próstata no caso dos homens ou problema na bexiga e períneo. Há
também a incontinência urinária funcional, caracterizada pela impossibilidade de
ir ao banheiro devido a enfermidades como demência, deficiência visual,
problemas de mobilidade, depressão, ansiedade ou raiva. Nesses casos, é fundamental procurar um
especialista e tratar a condição juntamente com a incontinência.
Fonte:
Portal Minha
Vida
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