Especialista garante que não há uma motivação especifica que leve uma pessoa ao uso da droga, já que cada indivíduo tem motivações únicas e pessoais. Porém, a curiosidade, a busca de prazer/curtição e a influência de amigos podem interferir.
No dia 26 de junho é comemorado o Dia Internacional de Prevenção do Uso/Abuso de Drogas. A data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) tem como objetivo debater, mobilizar e estimular a população para que, de forma integrada, atuem na construção e na busca de soluções para esse grave problema.
Segundo a psicóloga clínica Heliana Fonseca, especialista em dependência química e sócia da Gênesis – Centro de Tratamento da Dependência Química, não há uma motivação especifica que leve uma pessoa ao uso da droga, já que cada indivíduo tem motivações únicas e pessoais. Porém, ela afirma que existem respostas comuns e semelhantes, como: a curiosidade, a busca de prazer/curtição e a ”influência” da turma. “Quando aprofundamos nessa questão, constatamos que existem motivações mais sérias e, até mesmo graves, que explicam o “lugar” que essas drogas ocupam na vida do usuário. Ela pode estar sendo o “remédio” que alivia tensões, baixa autoestima, problemas pessoais e familiares, inseguranças, medos, depressão, ansiedade e outras comorbidades psiquiátricas. Em um nível mais profundo ainda, um vazio existencial motivado pela falta de sentido para a vida. Por isso, cada dependente, deve ser tratado de maneira individual, respeitando-se as peculiaridades do seu caso”.
Para mudar a realidade dos dependentes químicos a busca por ajuda é essencial, de acordo com a especialista. “O ideal seria que, assim que se iniciasse o uso de drogas, já se buscasse ajuda especializada. Mas, na prática, não é isso que acontece. Na grande maioria, as pessoas só buscam por ajuda quando o problema já se agravou e, muitas vezes, a dependência química já está instalada”, alertou Heliana.
Formas de tratamento
A psicóloga explica que o diagnóstico correto é fundamental para a indicação e condução do tratamento do dependente químico. Dessa forma, e de acordo com a avaliação do caso, o paciente poderá ser tratado nas diversas modalidades de tratamento, como:
- Ambulatorial: O paciente é atendido/ tratado, sem necessidade de internação.
- Permanência dia: É um regime de assistência intermediário entre o atendimento ambulatorial e a internação. O paciente passa o dia no local de tratamento e retorna para casa no final do dia.
- Internação: De acordo com os critérios de elegibilidade, o paciente é encaminhado para a internação, que poderá ter duração curta, média ou de longo prazo. Normalmente são feitas em clínicas especializadas, hospitais e comunidades terapêuticas.
“Os grupos de mútua ajuda também contribuem para o tratamento dos dependentes químicos. Além disso, a família tem um papel importante durante todo o processo. Pois dependendo do modo como cada família lida ou intervém com o problema, ela poderá ajudar ou prejudicar o processo de tratamento do seu familiar. Por isso, a família necessita de orientação, acompanhamento e, em alguns casos, tratamento para ter condições de se ajudar e ajudar o seu familiar”, garantiu a especialista em dependência química.
Heliana lembra que a dependência química é uma doença que ainda não tem cura, mas sim recuperação. O que significa que o dependente necessitará de auto cuidado e manejo permanentes para se manter abstinente. “Parar de usar drogas e permanecer sem usá-las é o grande desafio para o dependente químico, mas não é suficiente para a sua total recuperação e reorganização de sua vida. Por isso, o tratamento do dependente é muito mais do que ajudá-lo a parar de usar drogas. É ajudá-lo a reorganizar sua vida em geral para que a sua reinserção social seja plena e fortaleça a sua recuperação e condução da sua vida”, afirmou.
A psicóloga separou algumas dicas sobre como prevenir o uso/abuso de drogas:
- Os pais devem se informar sobre as drogas para que, assim, possam orientar, corretamente, os seus filhos;
- A criação/educação dos filhos deve ser baseada em valores morais, éticos e espirituais;
- A colocação de limites adequados é fundamental, acompanhada da coerência entre o que se prega e o que se faz;
- Ensinar e dar o exemplo de que a verdadeira alegria/felicidade é algo que vem de dentro de nós e depende da forma como lidamos com a vida;
- A vida vivida de dentro para fora e não de fora para dentro, talvez seja a grande descoberta que o ser humano terá que encontrar para ser verdadeiramente feliz e evitar a ineficaz busca da felicidade fora, em coisas materiais, pessoas ou no uso de drogas.
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