segunda-feira, 26 de junho de 2017

26 de Junho: Dia Internacional de Prevenção ao uso de Drogas


Especialista garante que não há uma motivação especifica que leve uma pessoa ao uso da droga, já que cada indivíduo tem motivações únicas e pessoais. Porém, a curiosidade, a busca de prazer/curtição e a influência de amigos podem interferir.

No dia 26 de junho é comemorado o Dia Internacional de Prevenção do Uso/Abuso de Drogas. A data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) tem como objetivo debater, mobilizar e estimular a população para que, de forma integrada, atuem na construção e na busca de soluções para esse grave problema.

Segundo a psicóloga clínica Heliana Fonseca, especialista em dependência química e sócia da Gênesis – Centro de Tratamento da Dependência Química, não há uma motivação especifica que leve uma pessoa ao uso da droga, já que cada indivíduo tem motivações únicas e pessoais. Porém, ela afirma que existem respostas comuns e semelhantes, como: a curiosidade, a busca de prazer/curtição e a ”influência” da turma. “Quando aprofundamos nessa questão, constatamos que existem motivações mais sérias e, até mesmo graves, que explicam o “lugar” que essas drogas ocupam na vida do usuário. Ela pode estar sendo o “remédio” que alivia tensões, baixa autoestima, problemas pessoais e familiares, inseguranças, medos, depressão, ansiedade e outras comorbidades psiquiátricas. Em um nível mais profundo ainda, um vazio existencial motivado pela falta de sentido para a vida. Por isso, cada dependente, deve ser tratado de maneira individual, respeitando-se as peculiaridades do seu caso”.

Para mudar a realidade dos dependentes químicos a busca por ajuda é essencial, de acordo com a especialista. “O ideal seria que, assim que se iniciasse o uso de drogas, já se buscasse ajuda especializada. Mas, na prática, não é isso que acontece. Na grande maioria, as pessoas só buscam por ajuda quando o problema já se agravou e, muitas vezes, a dependência química já está instalada”, alertou Heliana.

Formas de tratamento

A psicóloga explica que o diagnóstico correto é fundamental para a indicação e condução do tratamento do dependente químico. Dessa forma, e de acordo com a avaliação do caso, o paciente poderá ser tratado nas diversas modalidades de tratamento, como:
  • Ambulatorial: O paciente é atendido/ tratado, sem necessidade de internação.
  • Permanência dia: É um regime de assistência intermediário entre o atendimento ambulatorial e a internação. O paciente passa o dia no local de tratamento e retorna para casa no final do dia.
  • Internação: De acordo com os critérios de elegibilidade, o paciente é encaminhado para a internação, que poderá ter duração curta, média ou de longo prazo. Normalmente são feitas em clínicas especializadas, hospitais e comunidades terapêuticas.
“Os grupos de mútua ajuda também contribuem para o tratamento dos dependentes químicos. Além disso, a família tem um papel importante durante todo o processo. Pois dependendo do modo como cada família lida ou intervém com o problema, ela poderá ajudar ou prejudicar o processo de tratamento do seu familiar. Por isso, a família necessita de orientação, acompanhamento e, em alguns casos, tratamento para ter condições de se ajudar e ajudar o seu familiar”, garantiu a especialista em dependência química.

Heliana lembra que a dependência química é uma doença que ainda não tem cura, mas sim recuperação. O que significa que o dependente necessitará de auto cuidado e manejo permanentes para se manter abstinente. “Parar de usar drogas e permanecer sem usá-las é o grande desafio para o dependente químico, mas não é suficiente para a sua total recuperação e reorganização de sua vida. Por isso, o tratamento do dependente é muito mais do que ajudá-lo a parar de usar drogas. É ajudá-lo a reorganizar sua vida em geral para que a sua reinserção social seja plena e fortaleça a sua recuperação e condução da sua vida”, afirmou.

A psicóloga separou algumas dicas sobre como prevenir o uso/abuso de drogas:
  • Os pais devem se informar sobre as drogas para que, assim, possam orientar, corretamente, os seus filhos;
  • A criação/educação dos filhos deve ser baseada em valores morais, éticos e espirituais;
  • A colocação de limites adequados é fundamental, acompanhada da coerência entre o que se prega e o que se faz;
  • Ensinar e dar o exemplo de que a verdadeira alegria/felicidade é algo que vem de dentro de nós e depende da forma como lidamos com a vida;
  • A vida vivida de dentro para fora e não de fora para dentro, talvez seja a grande descoberta que o ser humano terá que encontrar para ser verdadeiramente feliz e evitar a ineficaz busca da felicidade fora, em coisas materiais, pessoas ou no uso de drogas.

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